Something Else

Meu corpo, minhas regras… será?

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A gente cresce esperando o príncipe encantado. Mas, em algum lugar, uma jovem foi estuprada pelo namorado.

A gente cresce com o medo do lobo mau que se fingiu de vovozinha. E, em algum lugar, uma menina foi estuprada na igreja.

A minha família é composta por dois avós, 12 tios e 12 netos. Nós somos em 26 que não cabem mais na casa da minha avó no domingo. Mas 33 estupraram uma menina.

O meu blog é geralmente feito de textos bonitos para alegrarem a vida, mas é difícil escrever algo bonito quando uma menina é invadida por 33 homens.

Minha prima tem 9 anos e a filha de uma outra prima vai fazer 1. É por elas que eu escrevo esse texto. Pelo sorriso delas que não imaginam que, em algum momento, alguém pode invadir o seu espaço, o seu templo, e abusar de duas crianças que não entendem o que está acontecendo. Como explicar para elas que nem todas as pessoas são boas e que elas, infelizmente, têm que ter cuidado?

É por elas, por minhas amigas, e pelo meu sonho de viajar e conhecer o mundo, seja sozinha ou acompanhada, que eu escrevo esse texto. É por isso que eu luto para que a cultura do estupro seja repensada.

Quando alguém ousa saudar o torturador de uma mulher, eu me sinto atingida. Quando alguém determina as roupas ou o batom que eu devo usar, eu me sinto atingida. Quando eu não posso andar sozinha e aproveitar esse mundo maravilhoso que está à minha espera, eu me sinto atingida.

Se você está cansado dessas publicações, mexa-se e faça alguma coisa pra que eu não tenha mais por que compartilhar publicações seguidas falando do estupro. Eu também não queria ficar tão mal por isso. Mas a minha realidade não me permite.

Pelo sofrimento de tantas que são abusadas, eu peço o fim dessa barbárie.

Para que eu possa voltar a compartilhar apenas amor nas redes sociais, eu peço o fim da cultura do estupro.

Mulheres, deem as mãos. Homens, cuidem das mulheres. Foi uma delas que te cuidou por nove meses em seu ventre. Lutem pelas pessoas independentemente do seu sexo, amem uns aos outros e se ajudem.

Juntos, eu acredito que a gente pode mudar essa situação.

7 comentários em “Meu corpo, minhas regras… será?”

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