About, Textos

Feliz ano novo para mim

Ao longo dos últimos 6 anos, desenvolvi uma certa paixão por fazer aniversário. A contagem regressiva começava junto com agosto, e só parava no tão esperado dia 28. Até lá, eu já tinha infernizado todo mundo ao meu redor, hehe. Acho que, na verdade, eu gostava de me sentir especial, do meu dia, da atenção e de receber amor.

Esse ano foi diferente dos demais, minha rotina no segundo semestre mudou bastante e eu fiquei meio perdida. Quando vi, a metade de agosto já tinha passado e eu nem tinha pensado muito em aniversário. Os 20 foram a fase mais reflexiva, crítica e de autoconhecimento que eu já vivi. Sempre fui muito extrovertida, mas comecei a olhar mais para mim.

Pensei se deveria começar uma contagem regressiva dali a diante, mas a única certeza que eu tinha era de que as pessoas mais especiais, que eu sei que me amam, iam tornar aquele dia especial.

E assim continuei, quietinha, agradecendo a cada coisa boa que eu lembrava ter acontecido no último ano, traçando a nova rota para os 21 que chegavam. Até que o dia chegou.

É tão bom receber amor “de graça”, sem estar esperando ou mendigando. Porque, de certa forma, era o que eu fazia. As pessoas se sentiam quase obrigadas a me parabenizar, hehe. Dessa vez, senti em cada parabenização uma espontaneidade diferente do que já havia sentido. E foi lindo.

Cada vez que eu lia uma mensagenzinha que alguém se dedicou a escrever para mim, meu coração se enchia de alegria e os olhos de lágrimas. Desapeguei dos números de felicitações e me agarrei à qualidade delas, aos sentimentos transmitidos.

E eu percebi que nem todo mundo nos vê da mesma forma. Cada um nos conhece em um contexto e em um momento da vida, e nós estamos em constante mutação. Ou seja, nem todo mundo vai nos entender, ou criar uma conexão com nós, mas o que importa são as conexões de qualidade.

Que lindo é receber aqueles parabéns dos amigos que você achava que tinham te esquecido, e perceber que eles ainda te querem tão bem. E as mensagens dos amigos novos, dos antigos, de todos que você conhece vão formando uma teia, a teia da nossa história. E aí a gente percebe que, quando cultivamos as relações certas, a vida pode ser muito, muito boa.

Muito obrigada por tudo, pessoal!

Beijinhos!!!

Textos

Bem-vindo, Outono

Não sei se o outono é minha estação preferida, mas sempre foi a que menos me incomodou. Sou muito sensível às temperaturas do inverno e do verão, e a primavera, embora linda com suas flores, me dá alergia. Restam os tons do outono e suas folhas caídas.

Pensando bem, acho que há algo que o outono vem tentando nos ensinar mas que é difícil de entender.

Há algo muito bonito em começar de novo. Em se deixar ir para então florescer. Em perder as folhas e, mesmo assim, continuar em pé.

Há uma beleza nas folhas secas que ficam no nosso caminho, da mesma forma que há beleza nas experiências que agora nos levam a uma nova rota.

Há algo lindo em se deixar renascer sem temer o que se foi.

Porque afinal, a vida é cheia de ciclos. Ela é um eterno fim e recomeço. E se você não deixar uma fase acabar, outras não virão. É necessário estar aberto para a renovação, para uma vida nova a cada fase.

Obrigada, outono, pelas doces lições.

Textos

Coisas que aprendi morando sozinha por 5 dias

Onde você deixar as coisas, ela ficam. Sério. Se você sair e deixar a casa bagunçada, ela vai continuar bagunçada quando você voltar.
As coisas fazem barulho. Coisas que você nem sabe que fazem barulho, fazem. Coisas que você nem sabe quais, fazem. Você leva muitos sustos.
É incrível a quantidade de lixo que uma pessoa produz.
E você não vai querer saber o que acontece quando você deixa o lixo orgânico lá por mais tempo do que deveria. Sério.
Afinal, o lixo entra na categoria de coisas que não saem do lugar se você não tirar.
Sua mãe/pai não faz limpeza só porque acha legal ou tem compulsão (DE ONDE VEM TANTO PÓ?! E CABELO?!).
Mas admito que há certo prazer depois de olhar para o seu ambiente limpo e organizado.
Não importa se você chegar em casa morrendo de fome, a menos que você tenha deixado a comida pronta, não vai ter nada te esperando.
Aliás, mesmo que o cardápio seja arroz e ovo, vai ter muita louça para lavar depois. E é você quem tem que fazer isso.
Alguns dias demoram um infinito para passar.
É importante ter em mente que todas as coisas são passageiras. Sejam as oportunidades, a solidão ou a tristeza. Uma hora, elas vão embora.
Tudo bem você chorar de vez em quando por se sentir sozinho.
Alguns dias são piores do que outros.
Apesar das dificuldades, há uma certa beleza na independência.
Há uma paz no silêncio.
Há um prazer em fazer as coisas do seu jeito, na sua hora.
Você vai aprender a valorizar o que fizeram por você até então.
Você vai aprender a conviver com você, o que é essencial para entender os outros.

Muito obrigada, pessoal!

Beijinhos!!!

About, Textos

Sobre 2017 e a viagem interior

Diferentemente do ano anterior, em 2017, eu não viajei de avião. Não fui sozinha para outro estado. Não apresentei tantos trabalhos. 2017 não teve tantas viagens exteriores. 2017 foi um ano de uma viagem interior.
Foi ano de me conhecer um pouco mais e, além disso, reconhecer o quanto não sei sobre mim, sendo preciso trilhar um longo caminho.
Obrigada 2017:

  • pelas dificuldades, pois foi através delas que conheci minha força.
  • pelos tempos difíceis, pois me fizeram reconhecer a luz.
  • pelos que não souberam me amar, pois me tornei grata pelos que me deram valor.

Você não foi fácil, foi um ano de altos e baixos, de recomeços, mas acima de tudo, um ano que me ensinou a importância do amor próprio e de nunca desistir.
Obrigada 2017!

Something Else, Textos

Fevereiro Roxo: um texto sobre o Mal de Alzheimer

roxo

Fevereiro é considerado o mês roxo, ligado à conscientização sobre o Mal de Alzheimer. Sofro com isso na minha família, então resolvi compartilhar um texto que escrevi, algum tempo atrás, sobre a doença.

Lembranças

As manchas na pele não negavam os anos que tinha

Nem a memória que falhava se perdendo no passado

O que é presente ou passado, não se sabe

Nem por quais momentos sua mente vaga

Começa com perguntas sem fim

Quem é você? Filho de quem?

E quando a mente parecia se iluminar

O ciclo sem fim se repetia

Quantos anos você tem?

Perdiam-se as lembranças que o tempo deu

Que, em um emaranhado de histórias,

Faziam com que a mente se perdesse no tempo

Aquilo que foi vivido, onde está?

E eu fico a me questionar

Se as lembranças de mim em algum lugar ficaram

Se ao menos em sua alma minha presença ficara tatuada

Se algo de mim ainda em ti reside

Pergunto-me também

O que um ser determina?

O que faz de nós humanos?

Quem somos quando perdemos a lembrança do que vivemos?

Porém, não me preocupo, pois enquanto de ti eu me lembrar

Enquanto por ti minha alma se acalentar

Saberei que nossa história resiste

E que nada do que foi se perderá

Ao menos não agora, ao menos não por mim

Não deixem de se prevenir, há várias dicas na internet e quem sabe eu poste algo aqui no blog?

Muito obrigada por tudo!

Beijinhos!!!